O valor do RH
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Numa corporação típica, 65% das despesas fixas são relacionadas a pessoal.
Logo, quando falamos sobre “o RH”, estamos nos referindo a, pelo menos, 65% da empresa do ponto de vista direto e 100% da empresa quando consideramos os impactos indiretos, como veremos adiante.
Empresários costumam dizer que o que mais importa para suas empresas são os clientes. Porém, quem atende os clientes são os funcionários. Se o foco é no cliente, automaticamente o foco deve ser, também, nos recursos humanos da empresa!


O grau de satisfação dos seus clientes é diretamente proporcional à qualidade do seu pior funcionário.
Funcionários despreparados, desmotivados e desengajados geram más experiências de consumo para os clientes — atendimento ruim, falhas e atrasos, além de contagiarem o resto da equipe com negatividade. Ou seja, o RH também tem relação direta com o Customer Experience!
Quando se fala em “redução de custos”, o RH é o departamento que tem mais capacidade de cumprir este objetivo. Não significa, necessariamente, fazer downsizings: e sim reduzir o turnover, o absenteísmo e o tempo de rampagem de novos colaboradores e aumentar a produtividade com diversas ações estratégicas.
Quando se fala em “retorno aos acionistas”, o RH, novamente, é o melhor departamento para gerar isso, podendo agregar diversos benefícios intangíveis que resultam em percepção de valor pelo mercado.
Historicamente, o RH tem complexo de inferioridade em relação às outras diretorias que “botam dinheiro no caixa”, como Marketing e Vendas.
Porém, como é o RH que seleciona todos os profissionais da casa, inclusive os de Marketing e Vendas, é evidente que também tem impacto direto no caixa da empresa. Boas seleções maximizam os resultados financeiros. Más seleções os minimizam.
Se o RH é fraco, toda a organização é fraca em cascata.
O RH tem impacto direto em:
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Satisfação dos clientes
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Qualidade
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Atração e retenção de talentos
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Produtividade
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Taxa de turnover
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Clima organizacional
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Cultura organizacional
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Lucro
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Valuation da empresa
Portanto, o RH é estratégico para qualquer organização.
Somos os responsáveis por contratar os melhores profissionais possíveis para cada função. Além disso, também os mantemos capacitados, atualizados, motivados e engajados com a empresa. Com tudo isso muito bem-feito, também somos capazes de gerar senso de propósito e felicidade neles. Todos estes benefícios intangíveis proporcionam a melhor experiência de consumo para os clientes e valor para a empresa.
Elevando nossa visão para além das questões administrativas de uma empresa, o RH tem o potencial de revolucionar toda a sociedade. Isso porque o sistema de crenças e o modelo de gestão que adotamos têm impactos sistêmicos em toda a população. As empresas adotam uma tendência de desumanização desde o século XVII, intensificado após a Revolução Industrial. Neste ethos, a felicidade é deixada de fora da equação laboral. O status quo tenta nos incutir a crença de que a felicidade é irrelevante para o trabalho, e, se é que ela existe, deve ser vivida fora do ambiente profissional.
O Clóvis de Barros Filho até tira um sarro sobre nossa cultura de “happy hour” e “sextou”:
Porém, diversos estudos científicos de Harvard comprovam categoricamente que a tão desprezada felicidade, o senso de propósito e a motivação têm impacto direto na produtividade, nas vendas e no faturamento. É o que se convencionou chamar de “feliciência”.
Clique nos materiais abaixo para saber mais sobre esses estudos:
Portanto, reumanizar os humanos no trabalho é um dos principais desafios de inovação do século XXI, que tem o potencial de transformar o mundo para melhor, com menos pobreza, abandono de animais e violência urbana e doméstica.
E o departamento que pode trabalhar em prol desta missão de reumanização é o RH.
Assim, não faz sentido que, até hoje, o RH seja enxergado pela maioria das empresas como um mero centro de custos. É sub-valorizado, sub-equipado, sub-financiado, sub-povoado e reduzido à função de executar folhas de pagamentos.
É chegada a hora do RH assumir seu protagonismo nas empresas, sendo considerado uma área C-level tão estratégica e com tanto impacto quanto Marketing e Vendas.
A seguir, resumi alguns pontos numa apresentação de slides: